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14 de janeiro de 2010

As poucas certezas do “filosofo ignorante”

As poucas certezas do “filosofo ignorante” No inicio do seu poema intitulado “Sobre a natureza das coisas", o poeta romano Lucrécia( sec I), comenta o medo que os homens costumam sentir diante do espetáculo da natureza, dizendo: “De fato, o terror oprime todos os mortais apenas porque eles vêem operar-se no céu e na terra muitas coisas das quais de modo algum podem perceber as causas, e cuja origem atribuem ao poder dos deuses”. O sentimento de perplexidade do homem comum diante do mundo é compartilhado pelo filosofo. Voltaire, em sua obra intitulada O FILOSOFO IGNORANTE, manifesta esse sentimento dizendo: “Lanço olhares espantados sobre tudo o que me cerca, procuro quem é meu autor, e quem é o autor desta máquina imensa, da qual sou apenas uma peça imperceptível”. Para sair da perplexidade e do espanto, o filosofo , de inicio, consulta os dicursos já constituídos, antes de construir seu próprio discurso sobre o mundo. Mas ao consultar a filosofia, vemos que os filósofos, na maioria das vezes, não teem idéias mais claras que o comum dos homens. É o que Voltaire nos diz no }Trtado de metafísica. Excetuando-se um pequeno numero, as opiniões dos filósofos são tão limitadas quanto as dos outros homens, e , o que é pior, elas são muito mais confusas. Descrente da própria filosofia, o filosofo poderia consultar a revelação. Talvez ela oferecesse garantias sobre a verdade a respeito da natureza das coisas e dos homens. Mas no caso de Voltaire , nada feito. Em primeiro lugar , porque a filosofia deve basear suas investigações exclusivamente na força da razão natural, e não pode aceitar, portanto, sem exame, aquilo que alguns homens disseram que deus falou. Em segundo lugar, porque as criticas de Voltaire à revelação judaico-cristã são bastante severas, embora seus textos sejam desenvolvidos muito mais no sentido de tornar ridiculos os textos bíblicos do que propriamente mostrar sua falsidade. Mesmo assim, numa época em que os textos bíblicos eram submetidos a exames rigorosos por parte dos próprios teólogos, a ironia de Voltaire acaba por adquirir uma grande força persuasiva. Na verdade, nas mãos de Voltaire, a bíblia fica parecendo uma antologia de anedotas. Por exemplo, no texto bíblico, diz-se que o sol não é a fonte de luz, pois a louz foi criada antes do sol, os animais falam, etc... A critica de Voltaire à revelação judaico-cristã tem ainda um outro caráter. É em nome destas “verdades reveladas” que se instaura a intolerância religiosa. Sem poder consultar a filosofia nem a religião, resta ao filosofo consultar sua própria natureza. Isso significa, em primeiro lugar, abandonar os preconceitos da educação, da pátria e, sobretudo, os da religião e dos filósofos. Dica para quem gostou do texto...VOLTAIRE- A RAZÃO MILITANTE- de M das graças do nascimento.