IDENY ESCRITOS & TELAS

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17 de maio de 2011

Estado Laico, SERÁ?


Jean Marcel deixou um novo comentário sobre a sua postagem "
Oi, gostaria de marcar uma entrevista contigo. Sou jornalista aqui de Ponta Grossa, da UEPG, e estou fazendo uma reportagem sobre o ensino religioso nas escolas. Gostaria da opinião de um defensor do estado laico.
me mande um e-mail para que possamos marcar uma entrevista. jeanmf7@hotmail.com

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Olá,
Posso lhe enviar meus argumentos, de forma bem explicitada, sobre "A religião nas Escolas", como defensora do laicismo,  através de email. Basta para isto, que, se houver alguma pergunta, que deseja que seja inclusa nestes argumentos, as envie para meu endereço idenyditzelfreitas@hotmail.com.
Lhe adianto que, minha idéia principal não gira em torno de  tirar a aula de religião das escolas; mas no lugar dela, inserir uma matéria importantíssima, "A Historia das Religiões", ensinada de forma totalmente imparcial. Porque não queremos tornar nossas crianças ignorantes sobre religião, mas sim conhecedoras de todas as existentes e também das já extintas, de modo, que elas proprias,quando em idade de decidirem-se por uma escolha, tenham dados suficientes, em cima dos quais raciocinar.
Grande Abraço!
 Ideny Ditzel Freitas.

Olá.
Primeiro preciso de informações básicas, como 
Nome:
Idade
Profissão
Religião: (Desde quando)


Se importa se mandar aos poucos as perguntas, pois dai posso adaptar novas questões a partir das suas respostas...

Porque você não concorda com o ensino religioso como é aplicado atualmente?
Você concorda que nas escolas particulares voltadas diretamente a uma religião, as aulas de religião devem ser obrigatórias e confessionais?


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Não me importo que seja como  propôs, pelo contrário, até concordo pois ficaria bem detalhada a idéia e o porquê da idéia.
Nome: Ideny Ditzel Freitas
Idade: 46 anos
Profissão: Artista Plástica
Religião: Agnóstica,  há mais ou menos 15 anos.
1-Porque você não concorda com o ensino religioso como é aplicado atualmente?

Ideny: Não devemos impor às nossas crianças as crenças que temos, cada um é livre para decidir-se, quando em idade apropriada, se deseja ter ou não alguma religião, e qual melhor lhe convir.  Nas  Escolas,  esta imposição fica ainda mais complicada, pois um aluno que estude numa escola católica, por exemplo, vindo de família evangélica,  terá de “engolir” e fingir que aceita o que lhe é ensinado, não bastasse o que já lhe é imposto pela família. Acredito que, uma criança , com sua personalidade em formação, não tem capacidade em discernir  o certo do errado.   Por este motivo, ao invés de aula de Religião, vejo muito mais aproveitamento no crescimento do aluno, aulas de História Religiosa, onde este aprenderá, como surgiram as religiões, quais as práticas e a história de cada uma, etc. E quando já em idade de poder com  conhecimento de causa, fazer sua escolha, optará por, ter ou não uma religião, se ela é ou não necessária ao ser humano, e isto será feito de forma consciente, em cima do conhecimento e da observação, e não de “ lavagens cerebrais”, que é como vejo, quando um adulto quer passar sua própria crença a um ser  de tão tenra idade. 

2- Você concorda que nas escolas particulares voltadas diretamente a uma religião, as aulas de religião devem ser obrigatórias e confessionais?

Ideny: Nenhuma escola é voltada diretamente à religião. Acontece, de determinadas religiões terem condições de abrir boas escolas, o que o Estado normalmente não o faz, e serem escolhidas por pais de outras religiões, para seu filho. Mas estas escolas deveriam se limitar ao ensino das matérias obrigatórias em geral, imparcialmente, sem querer junto com o pacote passar seu modo de pensar e sua crença. Pelo mesmo motivo explicitado na pergunta número 1. No máximo o que poderia se tolerar, é a escolha do aluno, em  assistir ou não as aulas de religião. Um exemplo, pais adventistas colocam seus filhos em Escolas Adventistas,  para não os desvirtuarem do caminho que lhe ensinam. Porem, nem mesmo isto no meu ponto de vista, é uma ação correta, pois o filho não tem como obrigatoriedade ter o mesmo pensamento religioso dos pais. Então, o correto seria, a Escola se limitar ao ensino básico respectivo à preparação do indivíduo, e religião de forma alguma, torna  alguém melhor preparado para qualquer profissão.


  • RE: A respeito de Religião nas Escolas- N.1‏
Descrição: http://co105w.col105.mail.live.com/mail/clear.gif
0:32
Para idenyditzelfreitas@hotmail.com
De:
Jean Marcel Ferreira (jeanmf7@hotmail.com) Descrição: http://co105w.col105.mail.live.com/mail/clear.gif
Enviada:
sexta-feira, 13 de maio de 2011 0:32:23
Para:
idenyditzelfreitas@hotmail.com
1 - O ensino religioso ameaça a laicidade do estado, caso for confessional?
2 - Como a aula de Ensino religioso trabalha na formação do carater do individuo?
3 - E como a "História das religiões" influenciaria?
4 - Padres, Freiras ou pastores ministrando essas aulas é um agravante em potencial nessa "lavagem cerebral"?
5 - A escola amplia o preconceito contra o ateismo quando coloca para as crianças termos como "Deus criou tudo" ou "Papai do Céu só gosta de quem ora" e afins?

From: idenyditzelfreitas@hotmail.com
To: jeanmf7@hotmail.com
Subject: RE: A respeito de Religião nas Escolas- N.1
Date: Fri, 13 May 2011 00:08:39 +0000

Se preferir enviar ainda hoje mais perguntas, ressalto que, gostaria, pois estou livre, e posso colaborar tranquilamente.
Não me importo que seja como  propôs, pelo contrário, até concordo pois ficaria bem detalhada a idéia e o porquê da idéia.


1 - O ensino religioso ameaça a laicidade do estado, caso for confessional?

Ideny: Apenas teoricamente temos um Estado Laico. Tanto disto podemos ter certeza quando presenciamos ataques e preconceitos às pessoas que preferem não ter religião alguma. Desta forma, como poderia ser ameaçado algo que na prática não existe?
Ensino religioso confessional é a doutrinação conforme a crença; e como cada crença tem sua própria doutrinação, ficaria difícil um comum acordo entre elas. Mesmo dentro do Cristianismo, limitando-se apenas ao deus judaico-cristão, já encontraríamos problemas ao decidir o que poderia ou não ser ensinado nas Escolas. Num pronunciamento de Obama, ao assumir a presidência, ele disse: Os EUA não são  feitos só de cristãos, e se querem que eu governe mediante o cristianismo da bíblia, me digam, qual parte da bíblia devo dar atenção? Aquela que manda amarmos ao nosso semelhante, ou à ordem de Deus para que Abraão sacrificasse seu filho? Que moral poderíamos tirar da bíblia? A mesma resposta de Obama serviria agora como luva à sua pergunta. O termo “ensino religioso confessional” ameniza a expressão “doutrina religiosa”, apenas isto, é mais bonito, soa melhor talvez... Aliás, ensino religioso e ensino religioso confessional é tautologia... todo ensino religioso tenta inserir no individuo, doutrinas a serem seguidas.

2 - Como a aula de Ensino religioso trabalha na formação do carater do individuo?
Não trabalha. A religião não é única fonte de caráter e moralidade. Se assim fosse, nenhum homem que acreditasse em Deus e tivesse escolhido uma religião, cometeria qualquer espécie de “erro” contra seu semelhante, desde o furto, (inclua-se aí o desvio de dinheiro alheio, público,etc), O máximo que a religião pode fazer é infiltrar no individuo o medo do castigo, mas  não a genuína moralidade.

3 - E como a "História das religiões" influenciaria?

Ideny: Ah, aí sim... Não queremos deixar nossas crianças ignorantes sobre religiões, mesmo porque ninguém pode ignorar o que existe e que veio através dos tempos marcando tão profundamente a história da humanidade. Como a História das religiões influenciaria? Em primeiro lugar, apresentaria à criança todo tipo de pensamento e crença que a humanidade já experimentou e experimenta. Só isto, já seria de extremo valor para que não se forme na criança a impressão ou a certeza de que só ela ou seus pais ou determinado grupo que pertença, guarde a única e absoluta “verdade”  Saberiam nossos jovens desde cedo que, cada um tem sua idéia, sua crença ou descrença, e aprenderiam a respeitar muito mais  do que atacar, o que o outro pensa,  como é feito desde que as religiões foram criadas. Este seria simplesmente o primeiro benefício do se conhecer a História Religiosa. Ampliaria o universo mental de cada um, para no futuro, se decidir, sobre qual  se apresentou com mais sentido, com o que mais se identificou, ou se considera ou não a religião necessária para si e sua conduta.

4 - Padres, Freiras ou pastores ministrando essas aulas é um agravante em potencial nessa "lavagem cerebral"?

Ideny: São os líderes religiosos em geral, cada qual de seu modo, que passam desde muito cedo às nossas crianças valores que suas crenças consideram como certo ou errado,( inclusive coisas tão absurdas como não comer carne de porco, não trabalhar no sábado, doar dez por cento do que se ganha, além de muitas outras)e principalmente, julgar automaticamente os que não pensam como eles, de errados. Isto vem de pai para filho, e todos na certeza absoluta de que estão certos. Padres, freiras, pastores, que se limitem aos templos e igrejas!

5 - A escola amplia o preconceito contra o ateismo quando coloca para as crianças termos como "Deus criou tudo" ou "Papai do Céu só gosta de quem ora" e afins?
Ideny: não só contra o ateísmo, mas como eu  já disse, desde que vc se intitule e se convença de que vc está certo, está automaticamente julgando errado todo aquele que não pensa igual a você. Talvez ensinar que Deus criou tudo, não seja tão nocivo quanto dizer que Deus castiga quem não acredita nele... Se o criacionismo deveria ser ensinado nas escolas? Sim, junto com o Evolucionismo. Ambos são de fato apenas hipóteses e teorias. O aluno deveria entrar em contato com o conhecimento de ambos e principalmente de onde adveio tais informações, por exemplo, criacionismo: da  bíblia, evolucionismo, da Ciência. Sem apontar o que ou qual estaria certo ou errado, Apenas, como uma informação para que o aluno tire sua própria conclusão, este é enfim,  um direito inegável dele. O único direito que temos e que nunca deveria ser nos negado é de decidirmos por nós mesmos o que considerarmos mais conveniente ou coerente, no nosso ponto de vista.

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