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19 de outubro de 2009

A NECESSIDADE DE CRENÇA - NIETZSCHE-

A NECESSIDADE DE CRENÇA - NIETZSCHE- tela do artista Fnurkus Mede-se o grau da força de nossa fé( ou mais precisamente, o grau de sua fraqueza),pelo número de princípios "sólidos" de que necessita para se desenvolver, desses princípios que nossa fé nao quer ver abalados porque servem de sustentáculos.Parece-me que hoje a maioria das pessoas na Europa, têm necessidade do Cristianismo, e por isto se continua a lhe dar crédito. De fato, o homem é feito assim: poder-se-ia lhe recusar mil vezes um artigo de fé - se ele tem necessidade dele, continuaria sempre a considerá-lo como "verdadeiro"- conforme esta célebre "prova pela força" de que fala a bíblia.Alguns têm ainda necessidade de metafísica,mas este impetuoso desejo de certeza que se descarrega hoje ainda sob formas científicas e positivistas nas grandes massas, esse desejo de ter a qualquer custo alguma coisa de sólido( enqto que o calor desse desejo impede de dar importância aos argumentos em favor da certeza)é também ele o desejo de apoio, de suporte, em resumo, esse instinto de fraqueza que, se não cria religiões, metafísicas e princípios de toda espécie, pelo menos os conserva. É um fato que em torno de todos esses sistemas positivistas, se eleva a fumaça de um certo sombreado pessimista. algo como a fadiga, o fatalismo, a decepção ou o temor de uma nova decepção - ou ainda a exibição do ressentimento, do mau humor, do anarquismo exasperado e outros mascaramentos do sentimento de fraqueza. A fé é tanto mais requerida, a necessidade de fé tanto mais urgente, quanto mais faltar vontade: de fato, a vontade como paixão do mando é o sinal distintivo da soberania e da força. Isto significa que quanto menos uma pessoa sabe comandar, mas violentamente aspira à alguém que ordene, que comande com severidade, a um deus, a um principe, um estado, um confessor, um dogma, uma consciência de partido... Disto poderia talvez se concluir que, as maiores religiões do mundo, cristianismo e budismo, poderiam muito bem ter sua origem, e sobretudo sua propagação repentina, num enorme acesso de DOENÇA DA VONTADE. E de fato, foi realmente assim. E a isto chamam fé!

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