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10 de novembro de 2009

INFIBULAÇÃO- as crenças "BESTIFICAM" a humanidade...

INFIBULAÇÃO=AS CRENÇAS "BESTIALIZAM" AS PESSOAS... A MGF é uma tradição baseada em conceitos erroneos, existe a crença de que os órgãos genitais femininos são 'impuros’ ou ‘sujos’ pelo que, só através da extirpação ficam purificados. Baseia-se também na ideia de que só o homem tem o direito de desfrutar do prazer sexual. Além de discriminatória, esta prática é extremamente perigosa, uma vez que não envolve quaisquer cuidados higiénicos. Os materiais usados não são esterilizados, muitas vezes estão ferrugentos e é comum a utilização dos mesmos instrumentos para varias excisões (o que poderá levar à propagação de doenças como, por exemplo, a Sida). Entre esses instrumentos estão as facas, pedaços de vidros, laminas, gelo, pequenos troncos de árvore, espinhos, folhas e ervas. OS TIPOS: São 3 os tipos de mutilação genital: · Tipo I: Clitoridectomia ou sunna – consiste na remoção do prepúcio do clítoris , pode também incluir a remoção completa do clítoris . Procedimento: o clítoris é seguro entre o dedo polegar e indicador, puxado para fora e amputado com um corte de um objecto afiado. O sangue é estancado através de gazes ou outras substâncias e é aplicado um penso. Tipo II: Excisão – baseia-se na remoção do prepúcio e do clítoris com parcial ou total excisão dos lábios menores. Procedimento: a principal diferença neste tipo é gravidade do corte. Normalmente o clítoris é amputado e os lábios menores são removidos total ou parcialmente, muitas vezes com um mesmo golpe. O sangue é estancado com ligaduras ou com alguns pontos, que podem ou não cobrir parte da abertura vaginal.Tipo III: Circuncisão faraónica ou infibulação – consiste na remoção do prepúcio, do clítoris , dos lábios menores e maiores. Procedimento: Os lábios maiores são unidos através de pontos ou espinhos/picos e as pernas são atadas durante 2 a 6 semanas. É deixada uma pequena abertura para permitir a passagem de urina e sangue menstrual (tem normalmente 2-3 cm de diâmetro, mas pode chegar a ser tão pequena como a cabeça de um fósforo). Se depois da infibulação a posterior abertura for suficientemente grande, a mulher poderá ter relações sexuais depois da gradual dilatação, que pode demorar semanas, meses ou, em alguns casos, cerca de 2 anos. Se a abertura for demasiado pequena, tradicionalmente recorre-se à defibulação antes de se ter relações sexuais. ONDE SE PRATICA? Principais países onde se pratica a MGF : Senegal, Egipto, Sudão, Etiópia, Siri Lanka, Somália, Malásia, Serra Leoa, Emirados Árabes Unidos, Índia, Yemen , Indonésia, Omã, Guiné-Bissau, Nigéria, Uganda, Quénia, Tanzânia, Togo, Mauritânia, Gana, Congo, Benim, Camarões, Costa do Marfim, Chade, Gâmbia, Libéria, Mali. A OPINIÃO MUNDIAL PODE AJUDAR... A batalha contra essas mutilações ainda é difícil porque, além delas serem defendidas como tradições culturais e tribais arraigadas há séculos, defronta-se, também, com o silêncio, o medo e a reticência das mulheres africanas. A solução, portanto, está condicionada a uma tomada de consciência das mulheres-vítimas. Muitas delas preferem perder a sexualidade antes de perder a autonomia e o poder, privilégios concedidos somente àquelas que obedecem à cultura e à tradição da sociedade patriarcal que domina o ambiente em que estão inseridas. Essas campanhas de âmbito mundial são apoiadas pela Comissão Européia que quer envolver homens, mulheres e as estruturas sanitárias do todos os países contra essas barbáries. Todas essas associações pretendem discutir a temática da mutilação, porque, como proclama o manifesto da Conferência do Cairo: “O silêncio é o melhor amigo das mutilações genitais femininas”. Fonte: Revista África --------------------------------- Para acessar: www.stopfmg.org -----------------------------------

Um comentário:

  1. É um absurdo que se tolere a manutenção de costumes ultrajantes só por serem tradições. Tradições podem e até devem ser cultivadas por serem úteis, benéficas ou, simplesmente, bonitas. Mas jamais se forem perversas, discriminatórias, humilhantes ou promovam qualquer tipo de dor, prejuízo, sofrimento ou maldade. Nesses casos têm que ser extintas, porque, mesmo que a parcela dominante da comunidade em que são cultivadas as considere consoantes a moral, certamente são anti-éticas. É preciso que a humanidade se convença de que só se pode permitir qualquer procedimento ou ação se esta promover a maximização da felicidade do maior número de seres (mesmo não humanos), se puder ser erigida como preceito universal e ser for do tipo que cada um deseje ser dela objeto. Caso contrário é um malefício e, como tal, inadmissível. O problema é fazer isto ser aceito pela parcela dominante da sociedade, que leva alguma vantagem com a manutenção desses costumes e não está disposta a ceder em benefício da maioria ou mesmo, de alguma minoria que esteja sendo prejudicada. E nem sempre os prejudicados conseguem força suficiente para fazer valer o que querem. É o caso das mulheres nos países citados. Todavia a comunidade internacional pode, deve, e eu diria, tem, que pressionar esses países para a abolição desses costumes, mesmo que isto contrarie sua cultura e tradições, neste caso, indefensáveis. Como? Promovendo embargos comerciais ou alguma forma de represália, que, contudo, não provoque sofrimento nas próprias pessoas que se pretende defender. Mas, para tal, precisam se despir de seu pragmatismo imoral e exercer sua diplomacia em bases éticas e não econômicas. E isto depende de cada um de nós, nas democracias, ao definir em quem damos o nosso voto.

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