IDENY ESCRITOS & TELAS

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6 de outubro de 2009

da revista GALILEU

Deus está morto? Livro e filme recém-lançados engrossam o coro dos neoateístas e juntam novos argumentos contra a fé religiosa Cássio Starling "Sugiro que 1 bilhão de cristãos se juntem para rezar por um, apenas um, amputado. Peçam para que o membro perdido volte a crescer. Impossível? Isso ocorre diariamente com as salamandras, sem que, presumivelmente, nenhum pastor reze para que aconteça." Essa ideia é uma amostra do terreno lógico sobre o qual se alicerça o mais recente ataque a Deus. Seu autor, o ensaísta norte-americano Sam Harris, estudou filosofia em Stanford e conclui um doutorado em neurociência sobre como o cérebro lida com a crença. Isso deu a ele a base necessária para que escrevesse A Morte da Fé - Religião, Terror e o Futuro da Razão, livro que chega agora ao Brasil pela Companhia das Letras. Entre outras acusações às "ideias fantasiosas" da religião, Harris desmantela a eficiência da reza, prática que todo mundo arrisca quando está passando por uma turbulência num avião ou acompanhando uma disputa de pênaltis. "A crença na eficácia de uma oração torna-se uma preocupação totalmente pública no momento em que é posta em prática: no mesmo instante em que um cirurgião deixa de lado o bisturi e os anestésicos e tenta salvar o paciente com uma oração, ou que um piloto resolve aterrissar um jato de passageiros apenas repetindo a palavra 'Aleluia', passaremos do domínio da fé pessoal para um tribunal de justiça." Espantar aparições do além vem sendo um esforço de muita gente de respeito nos últimos anos. Desde o astrônomo Carl Sagan, que no livro O Mundo Assombrado pelos Demônios, de 1996, investiu contra a descontrolada disseminação de pseudociências, até Richard Dawkins e Daniel Dennett, que combateram concepções divinas a partir de perspectivas evolucionistas e cognitivistas. No ano passado, o comediante Bill Maher se juntou ao grupo. Escreveu e assumiu o papel de clone do cineasta Michael Moore em Religulous - Que o Céu Nos Ajude. O título do documentário, resultado da contração das palavras "religioso" e "ridículo", já diz tudo. Maher expõe a religião a todo tipo de gozação, com a colaboração, claro, de fiéis de todos os matizes. Com mais ou menos humor, essas obras têm em comum a oferta de bem-nutridos argumentos para demolir de vez o mais resistente dos mitos: Deus. Esse grupo, genericamente batizado como neo-ateístas, identifica a influência crescente de dogmas religiosos em esferas centrais na vida de todos, como a política, a saúde e a educação. Atos terroristas, ameaças geopolíticas, guerras de religião, bloqueio de pesquisas essenciais para o combate a doenças e difusão em escolas cristãs de dogmas que relacionam a natureza à criação divina - sob o eufemismo "design inteligente" - e que negam o evolucionismo são as principais evidências das ameaças que esses autores denunciam como influências primitivistas, anticientíficas e, no fim das contas, antimodernas. http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDG87154-7943-219-1,00-DEUS+ESTA+MORTO.html

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