IDENY ESCRITOS & TELAS

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18 de julho de 2009

Considerações sobre o homem shcopenhauriano e o homem nietzscheano...Ideny Ditzel Freitas.

Partindo de schopenhauer e nietzsche, enquanto ambos ainda comungavam-se na mesma idéia, e visão de mundo, e "pulando" toda aquela fase inicial da Filosofia de , onde se imaginava ainda que o homem poderia ser um ser divino ou portar algo que transcendesse esta matéria... , poderemos dividir a principio a humanidade que se livrou da idéia de homem-divindade, como: 1-os religiosos, e os 2- não religiosos. Nesta dicotomia, apresenta-se que, por homem religioso, subentende-se aquele, que tendo consciência de que ele próprio nao é um deus, nem faz parte de nenhuma divindade ou coisa superior do que se apresenta, ainda tem em si, a idéia de que nada pode ser tão sem sentido ou propósito, e excluindo-se deste processo, com todo o seu "eu", imagina que, algo em si, possa ser "reaproveitado" , ou "retrabalhado" , sabendo-se ele mesmo finito, mas grande colaborador para o desenvolvimento ou aniquilamento de algo que realmente importa neste propósito universal. Excluímos aqui, vale lembrar, toda religião natural. Denomino "religião natural", toda e qualquer crença que, trabalha em favor do auto favorecimento, deste homem tal como conhecemos totalmente desta natureza. Neste primeiro exemplo, temos o homem schopenhaueriano, que , desperto para a realidade do mundo e seu sofrimento contínuo,que nada apresenta de divino, como uma roda que nunca para trazendo ora a alegria ora a dor, segue ininterruptamente, arrastando o homem acidental, nós, que por breve tempo fazemos parte desta dança macabra, como marionetes, amarradas no tempo e no espaço sem podermos nos livrar desta brincadeira louca, a que estamos atrelados. Diante deste espetáculo, o homem schopenhauriano, reconhece a brevidade e insignificancia de seu eu, pobre vítima, tão dessemelhante dos otimistas religiosos,( a estes que nao pertencem a esta exposição que faço, chamo-os de religiosos ególatras), resignados, que, têm a certeza, de que, a felicidade para o homem é possivel, e que para esta ele nasceu, aconteça ela aqui ou numa outra vida, depois desta, pois todo religioso-ególatra, excluído desta exposição, espera sobreviver a esta dança sem sentido, tendo-a sempre como um preparo para a verdadeira vida, que o homem schopenhauriano sabe, que nao fará parte, que nao existirá para ele. "Se algo acontece depois de mim, certamente nao estarei incluso, mas terei de alguma forma participado, dado minha colaboração positivamente ou negativamente, conforme meu ínfimo ser, tiver tido, a disposição e o entendimento", este é o homem schopenhaueriano, que embora se vendo totalmente excluso de processo que porventura possa ser magnifico, vive com o propósito de, não salvar-se, mas salvar algo, que nao lhe pertence, mas pertence ao universo... Já por sua vez, o homem nietzscheano, assistindo o mesmo espetáculo, e acordado para a mesma visão aterrorizante da realidade humana, sofre a mesma dor íntima, particular, individual de nada ser, mas por poucos segundos. Não se atém a abdicar do apego a esta realidade desconfortável, e voltar-se para este propósito sagrado de deixar humildemente as coisas correrem sem proprio curso, e sem a mágoa de não fazer parte além do limite de sua propria existencia como homem efêmero, porém, é deste breve período, quase insignificante, que faz ser um grande evento, de curta duração, mas um grande evento: ele, o homem nietzscheano, toma a responsabilidade de casar-se com esta natureza, tal como ela seja, heroicamente superando as dores para gozar as alegrias. Pois reconhece impossivel a tarefa schopenhaueriana, que para ele, de certa forma, o homem ainda ilude-se, mesmo que numa ilusão da qual tenha-se extraído dolorosamente, mas ainda assim, supervalorando em seu íntimo, a propria existência humana, como colaborativa, para um propósito mais elevado e além daqui. a isto o homem nietzscheano abomina, ainda, tanto quanto as religiões naturai, e tomando esta curta existência como um presente dos mais maravilhosos e incompreensiveis, se propõe a viver cada fração de segundo, deste piscar de olhos, sentindo-se e sendo o homem perfeito para esta natureza. Onde se parecem os dois tipos de homens, o schopenhauriano e o nietzscheano? Nenhum possue ou cultua um deus pessoal. No que diz respeito às religiões naturais, ambos são ateus. Ambos vivem o momento presente sabendo-se finitos, não esperando para si, coisa alguma além do que sabem existir pela experiência. No que diz respeito ao universo e à existência, o primeiro, embora nao se inclua ou nao se reconheça como parte ativa, de um futuro pós findar a vida na matéria,vive de tal forma a desprezar esta vida presente, exatamente como alguém que, não aceita que esta existência seja o propósito e sim um desvio do propósito, e o segundo aceita como propósito único e tudo que nos é permitido , apenas esta existencia, portanto disto propõe tirar o máximo proveito, de uma forma prazeirosa, aceitando as dores que o primeiro citado, nao aceita. Face a isto,me pergunto, quem realmente, o homem schopenhauereano ou o homem nietzscheano almejou um paraíso? A negação ou a aceitaçao desta realidade, o que é mais pessimista ou masoquista? O mais sensato é sem dúvida a aceitação. Lutar contra fortes ondas só podem te atirar contra as pedras e despedaçar-te. Mas, a questão que me ronda agora é: o que fez schopenhauer excluir-se do "grande plano" do universo, sem deixar de imaginar um grande plano, não vem por acaso de um resquício do seu eu, em de alguma forma, fazer parte deste plano de uma forma mais significativa para o todo? E, o que levou Nitzsche a levantar-se tão ferozmente contra a idéia schopenhauriana, não foi exatamente a constatação de sua propria inaptidão em participar resignadamente deste "plano", com sua pequena contribuição, sem ganhar nenhuma notoriedade ou significado mais profundo enquanto ser? Já que sem pedir estamos sendo e exisitindo como seres humanos, o sejamos da forma mais heroica e feliz possivel, dentro do que conhecemos, eis a proposta de nietzsche. (Ainda sem correção e ajuste... Este texto continua...)

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