11 de janeiro de 2009
A IMPRESCINDIBILIDADE DE CONSERVAR OU NAO UM DESAFETO...
A IMPRESCINDIBILIDADE DE CONSERVAR OU NAO UM DESAFETO...(shcopenhauer)" Perdoar e esquecer equivale a jogar pela janela experiências adquiridas com muito custo.
Se uma pessoa com quem temos ligação ou convívio nos faz algo de desagradável ou irritante,
temos apenas de nos perguntar se ela nos é ou não valiosa o suficiente para aceitarmos que
repita segunda vez e com frequência semelhante tratamento, e até de maneira mais grave. Em
caso afirmativo, não há muito a dizer, porque falar ajuda pouco. Temos, portanto, de deixar
passar essa ofensa, com ou sem reprimenda; todavia, devemos saber que agindo assim estaremos a expor-nos à sua repetição. Em caso negativo, temos de romper de modo imediato e definitivo com o valioso amigo ou, se for um servente, dispensá-lo. Pois, quando a situação se repetir, será inevitável que ele faça exactamente a mesma coisa, ou algo inteiramente análogo, apesar de, nesse momento, nos assegurar o contrário de modo profundo e sincero. Pode-se esquecer tudo, tudo, menos a si mesmo, menos o próprio ser, pois o carácter é absolutamente
incorrigível e todas as acções humanas brotam de um princípio íntimo, em virtude do qual, o
homem, em circunstâncias iguais, tem sempre de fazer o mesmo, e não o que é diferente. (...)
Por conseguinte, reconciliarmo-nos com o amigo com quem rompemos relações é uma fraqueza
pela qual se expiará quando, na primeira oportunidade, ele fizer exactamente a mesma coisa
que produziu a ruptura, até com mais ousadia, munido da consciência secreta da sua
imprescindibilidade."Arthur Schopenhauer
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