11 de janeiro de 2009
Até quando?( texto de: H.Alexandria)
Até quando estarei por aqui? Seja muito ou pouco tempo que me resta, de qualquer forma é um
instante só... como um instante só foi a vida de cada humano ido...
Por mim eu iria ja... mas pela prole a gente vai querendo ficar, sempre... ainda mais quando
a prole consiste num único indivíduo...
Porém um dia, queira ou não, eu irei, como minha mãe foi, como meu pai foi, como os pais
dela foram, como toda a humanidade que já foi...
A lembrança que quero deixar é de uma pessoa meio doida mesmo, (já não me incomodo que vejam
assim), alguém que um dia, ou quase todos os dias, quis ser normal, se estabelecer em algum
padrão existente, e acabou decidindo, que melhor era ser doida, pois para isto nao precisava
nenhum esforço. Bastava ser ela mesma, autêntica!!!
Os últimos dias de Hipácia... estou escrevendo... quantos dias serão, eu nao sei...Talvez
sejam parecidos com os de Nietzsche, mergulhado numa loucura vazia, a enrolar o bigode, ou a
nem ter consciência mais do proprio bigode... talvez eu venha a imaginar que tenha um
bigode, e comece a enrolá-lo em minha demência e a pensar que sou Nietzsche.
Sempre imagino a angústia que grandes homens, como Schopenhauer, Nietzsche, keikegaard e
outros, entre eles alguns místicos ,( todos na realidade foram meio místicos, buscando além
da aparência das coisas visíveis e palpáveis, sem no entanto se enganarem que encontraram,
esta é a diferença destes com os que se enganaram e se contentaram...) Os primeiros sentiram
o eco de seus próprios pensamentos a indagar sentidos e o vazio lhes responder com nada,
numa imensidão de mesmice e desesperança.
O homem comum não precisa encontrar sentido, não pelo menos um palpável, comprovável... ele
inventa e se contenta... e chama a isto de fé, pronto... se tornou feliz.
Que miserável o humano que não se contenta com discursos emotivos, nao acha consolo na
consolação inventada, e que nao entrega dez por cento do seu dinheiro, só porque se sente
feliz rezando.
Tão fácil ser crente, para que tanto orgulho por sê-lo? Difícil mesmo é não sê-lo, não
conseguir sê-lo, porque a razão quer respostas, que a imbecilidade e a fraqueza humana e a
exploração de sentimentos, não pode dar...
(H.Alexandria)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário